terça-feira, 30 de novembro de 2010

Velódromo de Contagem

O velódromo de Contagem no Parque Fernão dias esta em condições para treinamento. Voltei com os treinos na Pista hoje e até encontrei lá com o Vitório. Ele é um atleta paraolímpico com paraplegia que melhorou muito seu rendimento com os treinos no velódromo de contagem e hoje disputa até provas internacionais de Pista.

Em breve farei uma matéria com ele aqui no blog.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Nutrição Básica

Todas as pessoas que praticam atividade física devem mudar seus hábitos alimentares, afinal, para que possamos atingir qualquer objetivo, tão importante quanto um bom treino é a alimentação. Listo a seguir algumas dicas básicas para iniciantes na nutrição esportiva.
IMPORTANTE – Ganho de massa muscular magra e perda de gordura são resultados de uma alimentação saudável, balanceada e freqüente (3-3hrs).


* As fontes de CARBOIDRATOS (cereais, frutas, massas, batata, mandioca, pães, etc.) são os alimentos que devem estar com maior frequência em seu cardápio, afinal, são eles que fornecem energia, disposição, dão volume aos músculos (glicogênio) e participam ativamente na recuperação do corpo após os exercícios;
* As fontes de PROTEÍNAS (carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, soja e feijões) também são muito importantes na construção e reparação dos músculos, entretanto, a necessidade desse nutriente é facilmente alcançada, então, não há necessidade do exagero no consumo desse grupo de alimentos;
* As fontes de LIPÍDIOS (azeite, oleaginosas, abacate, peixes gordurosos, sementes, leite integral, queijos amarelos, manteiga/margarina, frituras, carnes gordas, doces cremosos, etc.), devem estar em menor quantidade em seu cardápio, mas você nunca deve excluí-los por completo, afinal, as gorduras têm muitas funções essenciais no organismo e metabolismo, além de colaborar com o fornecimento de energia para o exercício e recuperação. Prefira sempre as fontes de gordura vegetal e peixes – gorduras boas;
* A ingestão de LÍQUIDOS é muito importante! Durante todo o dia, antes, durante e pós-atividade! Quanto mais líquidos você ingerir, melhor para seu metabolismo, rins e músculos. Fontes: água, suco, água de coco, sopa, iogurte, leite, gelatina, etc.;
*As pessoas que praticam atividade física ficam tão preocupadas com a ingestão de proteínas, carboidratos, etc., que se esquecem das VITAMINAS E MINERAIS. Ambos são muito importantes, afinal, organizam todo o metabolismo, ajudam na queima de gordura, aumento de síntese de proteínas, formação de energia, qualidade dos ossos e órgãos e alguns são antioxidantes. Aumente seu consumo diário de alimentos frescos e naturais como: verduras, legumes, frutas, cereais, ovos, leite e derivados, sementes, carnes e aves;
* Capriche nas refeições pré e pós-exercício, afinal, elas é que possuem nutrientes para: preparo do corpo para atividade, formação de energia, estoque de energia nos músculos, recuperação e construção de massa muscular magra. Se essas refeições forem deficientes o exercício será prejudicado, você irá se cansar facilmente e não terá bons resultados;
* Nunca acorde e permaneça em jejum por muito tempo, muito menos vá se exercitar em jejum!
* A dieta mostra resultados rápidos se aliada à atividade física disciplinada.
* Muito importante: tenha disciplina e força de vontade.
Bons treinos!
Referências Bibliográficas:
KLEINER, Susan M.; GREENWOOD-ROBINSON, Maggie. Nutrição para o treinamento de força. São Paulo. Editora Manole, 2002.
BIESEK, Simone; GUERRA, Isabela, ALVES, Letícia Azen. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Editora Manole, 2005.
Giovana Guido (CRN3 21630) , Nutricionista graduada pela Universidade São Judas Tadeu, com especialização em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho e atualmente cursando Nutrição Esportiva também pela Gama Filho.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Dados sobre CADÊNCIA

2005, Umberger, Gerritsen e Martin:
Platô de eficiência entre 60 –100rpm

1997, Marsh e Martin:
Indivíduos treinados: 90 – 100rpm
Indivíduos menos treinados: 65rpm

1996, Gotshall, Bauer e Fahrner:
Na medida em que se aumenta a cadência,
aumenta o custo cardiorrespiratório e aumentam
também o fluxo sanguíneo e retorno venoso.



2001, Lucia, Hoyos e Chicharro:
Pesquisa feita com 7 ciclistas na Volta da França.


Na prova de 50km contra-relógio e nas etapas
predominantemente planas com 190km,
eles preferiam uma cadência em torno de 90rpm.
E nas altas montanhas com 15km,
eles preferiam a cadência de 70rpm.

2005, Denadai, Ruas e Figueira:
Mostraram que a cadência preferencial dos
ciclistas profissionais, gira em torno de 80-100rpm.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Planejamento para 2011

De volta aos treinos nessa semana após 10 dias de descanso e férias.
Hora de planejar e estruturar a programação de treinos para a temporada 2011 que pra mim vai começar quente com a disputa do Brasileiro de Pista no final de Fevereiro.

Mesmo ainda em acordo com a equipe para o ano que vem e sem mesmo saber em qual equipe irei competir já iniciarei os treinos pensando nas provas de velocidade e meio fundo do Brasileiro de Pista. Meu pensamento é especializar na prova chamada Ominium que é uma nova prova olímpica de ciclismo de Pista. O atleta compete em 5 provas de velocidade e meio fundo, por isso suas características devem ser mistas. No Brasileiro tenho o pensamento de disputar essas provas e estar concorrendo a uma vaga  na Seleção Brasileira.

Vídeo da disputa da medalha de bronze na Velocidade no Brasileiro 2010

De volta a BH

Olá amigos, atletas e seguidores.


Estou de volta a Belo Horizonte e logo continuaremos nosso trabalho com postagens sobre Treinamento Esportivo, notícias esportivas e curiosidades.

domingo, 14 de novembro de 2010

Férias para descansar

Amanhã, dia 15, estarei indo viajar com minha esposa para Florianópolis.
Quando voltar recomeçarei os treinamentos e farei o planejamento para 2011. Meu foco maior para o 1º semestre será o Brasileiro de Pista e convocação para a Seleção Brasileira.


Mas nessa semana é descansar e aproveitar as férias de bike e trabalho.

Dia 24 estou de volta.!

sábado, 13 de novembro de 2010

Fotos dos Jogos Abertos

Preparando para largar

Largando para a Olímpica

 Finalizando a Olímpica


 Voltando relaxando

Gomes - "Mutante"

Eu no confronto das oitavas de final



Wallassy nas Oitavas de Final

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Resumo dos Jogos Abertos

Olá amigos, mais uma etapa cumprida e creio que de todas delas, a mais difícil.

Os Jogos abertos é sem dúvida a prova mais importante para os atletas do Brasil. As prefeituras, que são as responsáveis pela grande parte do orçamento de todas as equipes, querem ver resultados é nos Jogos Regionais e Abertos.
A estrutura da competição é quase que de uma Olimpiada. A cidade sede, abre os braços para as competições que esquenta muito o turismo local.



Cada município fica alojado em uma escola onde é oferecido todo o suporte necessário. Alimentação de boa qualidade, transporte e fisioterapia dia e noite . A credibilidade dos Jogos é tão grande, que em Piracicaba a prefeitura contrata atletas estrangeiros e de grande destaque pensando apenas na competição. Na Dama e Xadrez por exemplo, um Russo que é campeão mundial estava lá conosco. No Volêi de Praia Adriana e Shelda, no boxe, alguns atletas Olímpicos, dentre outros.

No Ciclismo conseguimos surpreender e chamar mais a atenção da Prefeitura para a modalidade. Com uma medalha de Prata na Velocidade por equipes tiramos um jejum de 22 anos sem medalhas no masculino. Após toda a disputa, incluindo as provas de resistência, finalizamos em 5º Geral na frente de grandes nomes como Memorial/Santos.



O meu rendimento foi dentro do esperado. Foi minha primeira disputa na rua e meu primeiro Jogos Abertos. Após a medalha de Prata fui confiante para a tomada de tempo dos 200mts e fiz o 5º melhor tempo. Eram aproximadamente 25 atletas de alto nível.

Classificaram 16 atletas para os confrontos. Nas oitavas de final venci um argentino que corre por Ribeirão Preto mas nas quartas fui vencido pelo Salomão de Pinda que acabou sendo o campeão da Prova. Foi uma vitória que mostrou a superioridade dele porém ele cometeu 2 infrações que foram desconsideradas pelo árbitro. Infrações que deveriam ter desclassificado-o da prova. 

Na disputa de 5º a 8º, disputando Eu, Wallassy da minha equipe, Flávio de Santos e Firmino de São Caetano, ataquei logo na largada como combinado com o Wallassy mas fui alcançado a 50mts da chegada. O Wallassy conseguiu passar em 2º fazendo 6º e eu 8º. Ficamos dentro do nosso objetivo que era pontuar para a cidade, pois apenas os 8 primeiros de cada prova pontua no geral.

A prova de meio fundo, foi disputada com uma chuva muito forte e muito vento. A prova ficou muito técnica e ao mesmo tempo forte. Nas primeiras voltas abandonei e apenas uns 15 atletas completaram a prova.


No domingo foi a vez da resistência. Disputada e uma bom circuito de 4km. Acabei me surpreendendo e andando muito bem. Estava participando da prova o tempo todo tentando sempre estar nas fugas. mas a prova acabou indo para o sprint final. Muito desgastado, pois não fazia nem sequer 1 treino de resistência a ao menos 2 meses, consegui ainda ajudar um Luiz Ortiz(Piracicaba) na chegada que terminou em 13º.

Assim terminou os Jogos. Nossa equipe surpreendeu chamando uma maior atenção dos diretores esportivos de Piracicaba para o ciclismo.

Agora é descansar e traçar os planos para 2011. 

Obrigado a todos que tem me incentivado.

A periodização do treinamento desportivo

A forma geralmente concentrada da preparação dos atletas é a organização do treinamento através de períodos e etapas.

A periodização é um dos mais importantes conceitos do planejamento do treinamento. Esse termo origina-se da palabra período, que é uma porção ou divisão do tempo em pequenos segmentos, mais fáceis de controlar denominados fases (Bompa, 2001).



Esta forma de estruturas o treinamento desportivo tem como seu idealizador o russo Matveiev sendo criada nos anos 60 durante até nossos dias.

Baseados nos ciclos de supercompensação, criados pelo Austríaco Hans Seyle e modificado pelo grande bioquímico esportivo o russo Yakolev, Matveiev idealizou a periodização do treinamento apoiado em avaliações estatísticas do comportamento em atletas de diversas modalidades esportivas da Ex. União Soviética nas décadas dos anos 50 e 60.

Esta periodização fundamentava a premissa de que o atleta tem que construir, manter e depois perder relativamente a forma esportiva no largo dos grandes ciclos anuais de treinamento (Matveiev, 1961, 1977, 1981, 1986).

Desta forma a periodização do treinamento desportivo pode ser entendida como uma divisão organizada do treinamento anual ou semestral dos atletas na busca de prepará-los para alcançar certos objetivos estabelecidos previamente, obter um grande resultado competitivo em determinado ponto culminante na temporada esportiva, ou seja, obter a forma esportiva através da dinâmica das cargas de treinamento ajustadas ao seu ponto máximo em esse momento (Dick, 1988, Mc Farlane, 1986).

Estas três fases de aquisição, manutenção e perda temporal da forma esportiva se transformou em um âmbito mais geral nos três grandes períodos do treinamento desportivo ao saber: período preparatório, competitivo e transitório (Ozolin, 1989) ou seja:
  • O período preparatório é relativo a aquisição da forma esportiva.
  • O período competitivo é relativo a manutenção da forma esportiva.
  • O período transitório é responsável pela perda temporal da forma esportiva.

Gráfico - Esquema da dinâmica do volume e intensidade da carga global no ciclo anual de treino (uma das variantes típicas). As linhas tracejadas representam o volume de cargas; as contínuas, a intensidade; I e Ia, as grandes "ondas" da dinâmica de cargas; II e IIa, as "ondas médias". Define-se através das colunas o esquema modelo da variação da carga nos microciclos por etapas de treino.


quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Princípio da Individualidade Biológica


De acordo com Tubino, “chama-se individualidade biológica o fenômeno que explica a variabilidade entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas iguais entre si.” (TUBINO, 1984, p. 100). Cada ser humano possui uma estrutura e formação física e psíquica própria, neste sentido, o treinamento individual tem melhores resultados, pois obedeceria as características e necessidades do indivíduo. Grupos homogêneos também facilitam o treinamento desportivo. Cabe ao treinador verificar as potencialidades, necessidades e fraquezas de seu atleta para o treinamento ter um real desenvolvimento. Há vários meios para isso, além da experiência do treinador, que conta muito, os testes específicos são primordiais.



Segundo Benda & Greco, uma das Capacidades do Rendimento Esportivo é a Capacidade Biotipológica, que está dividida em Capacidade constitucional Fenótipo e Capacidade constitucional Genótipo:

“O genótipo é o responsável pelo potencial do atleta. Isso inclui fatores como composição corporal, biótipo, altura máxima esperada, força máxima possível e percentual de fibras musculares dos diferentes tipos, dentre outros. O fenótipo é responsável pelo potencial ou pela evolução das capacidades envolvidas no genótipo. Neste se inclui tanto o desenvolvimento da capacidade de adaptação ao esforço e das habilidades esportivas como também a extensão da capacidade de aprendizagem do indivíduo.” (BENDA & GRECO, 2001, p. 34).

Segundo Dantas: “O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório das especificidades que o caracterizarão.” (DANTAS, 1995, p. 39), “deve-se entender o genótipo como a carga genética transmitida à pessoa e que determinará preponderantemente diversos fatores” (ibidem, 1995, p. 39) e, “os potenciais são determinados geneticamente, e que as capacidades ou habilidades expressas são decorrentes do fenótipo.” (ibidem, 1995, p. 39). Para este autor, o campeão seria aquele que nasceu com um “dom da natureza” e que, aproveitando totalmente esse dom, o desenvolve através de um perfeito treinamento (ibidem, 1995, p. 40).

Nos Jogos PanAmericanos de 2007 verificamos em entrevistas de atletas brasileiros considerados fenômenos pela mídia, um discurso que os bons resultados obtidos não eram frutos somente de um Dom, e sim de muito esforço, trabalho, treinamento, incentivos financeiros e técnicos.

Elevando a importância dos fatores ambientais, do fenótipo do atleta, conseqüentemente, elevamos a importância do treinador, do profissional de Educação Física e sua intervenção para o sucesso do atleta, de um campeão.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Erro!

Na prova de Velocidade por equipes, os 3 atletas saem juntos. Lado a lado. Ao sinal do árbitro, os 3 atletas largam com o 2º entrando atrás do 1º e o 3º atrás do 2º. Cada atleta faz 250mts e sai totalizando os 750mts da prova.

Desfrutar do vácuo é muito importante como todos que andam de bicicleta sabem. Então, o 2º e o 3º homem estarem encaixados na roda do companheiro nessa prova é indispensável para desgastar menos e estar mais forte no momento de levar os seus 250mts.



Olhando a foto, da para ver que o Wallassy não esta encaixado no Gomes. Isso custou caro no final. O Wallassy pegou o Gomes quase no momento da transição, com 250mts, e teve que fazer os seus 250mts mais desgastado. Assim não rendeu o que renderia se tivesse dado tudo certo.

Isso ocorreu porque no momento da largada, a pessoa que segurava o Wallassy deu uma vacilada e ele desequilibrou da bike justamente no "0" da contagem para a partida e assim, totalmente torto, saiu atrasado. Bem atrasado.

Perdemos o ouro por 0.3 segundos. E aí! Agora só no Brasileiro de Pista para tirar a prova!

Prova de Resistência dos Jogos Abertos 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Piracicaba é Medalha de Prata nos Jogos Abertos

Hj foi disputado a prova de velocidade por equipes dos Jogos Abertos do Interior em Santos/SP. A equipe de Piracicaba  após 22 anos sem conquistar medalhas em Jogos Abertos com a equipe masculina, competiu na prova com os atletas Jonatas Gomes, Wallassy e Ricardo Alcici que fizeram o tempo de 48''7 garantindo a medalha de Prata na prova.  O ouros ficou com Pindamonhangaba com 48''4 e o Bronze com a equipe campeão de 2009 São José dos Campos com o tempo de 49''2.


Logo depois foi feito as tomadas de tempo dos 200mts individual e Ricardo Alcici fez o 5º tempo com 11''307 e Wallassy o 6º tempo com 11''338.

Classificaram 16 atletas e amanhã acontece os confrontos começando pelas oitavas de final.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Londres 2012

O calendário nacional está crescendo quando o assunto é Ciclismo Estrada. Atualmente, temos seis Voltas Internacionais, que contam pontos para o ranking da União Ciclística Internacional.

Esse ranking é classificatório para os Jogos Olímpicos de Londres 2012. No ranking internacional, o Brasil precisa ficar entre os três primeiros das Américas para classificar três atletas. Se ficar entre terceiro e sexto, são duas vagas. O ranking começa em outubro deste ano e vai até agosto do ano que vem. No ranking fechado no último mês o Brasil ficou na quinta posição, atrás de Colômbia, Venezuela, EUA e Canadá.



O Tour de São Paulo, que terminou no último domingo, abriu o calendário de provas deste ranking olímpico. E o Brasil, competindo em casa, se saiu muito bem, conquistando 219 pontos, levando em conta que a pontuação vai de pontos para o campeão de cada etapa até para o campeão no geral.
O campeão foi Gregory Panizo. Os sete primeiros colocados foram brasileiros, num evento que tivemos participação de ciclistas de outros oito países.

Até o fim do ranking olimpico, teremos outras cinco Voltas dentro do país: Volta do Interior de São Paulo, Volta de Gravataí, Tour de Santa Catarina, Volta Ciclística do Paraná e Tour do Rio de Janeiro. Além destes giros, a tradicional prova 9 de Julho também vale pontos para classificação olímpica.

O ranking do site da UCI já está atualizado. O Brasil é líder com 209 pontos, seguido pelos EUA, com 73, Argentina, com 64, Uruguai, com 12 e Chile, com 7. Somente o Tour de São Paulo está contando no ranking, por enquanto. Logo, logo colombianos e venezuelanos vão disparar. Se o Brasil quiser ficar com três vagas terá de lutar, e muito, com americanos, canadenses e argentinos. A Volta da Guatemala já está no fim e já vai mudar bastante esse ranking.

O Brasil pontuou bem nessa Volta, mas não é o que costuma acontecer nos giros brasileiros. Como os brasileiros estão acostumados a provas mais curtas, quando as distâncias são maiores atletas de outros países costumam se dar bem, que foi o que aconteceu em Gravataí esse ano, evento em que os brasileiros não conseguiram o primeiro lugar.

Mauro Ribeiro, único brasileiro a vencer uma etapa do Tour de France, tem uma boa explicação para os resultados não tão positivos dos brasileiros, tanto em provas aqui como no exterior. Ele falou sobre isso em sua coluna para a Revista O2.

"O que ocorre é que eles têm uma melhor estrutura. Estão treinando nos moldes europeus, já estão acostumados com as distâncias mais longas e também estão cada vez mais adaptados com as montanhas mais íngremes. Boa parte de nossas provas é vencida por velocistas. Então o que está faltando? Eis uma pergunta fácil de responder, mas não tão fácil para colocá-la em prática. Está faltando uma reestruturação no calendário nacional, precisamos de provas mais longas e com altimetrias mais duras. Precisamos fazer corridas mais longas, de pelo menos 140 km, e começar a impor mais dificuldades, para que pelo menos chegarmos perto dos moldes europeus, que é onde está o nível e o profissionalismo mais alto do mundo do ciclismo."

Na última Olimpíada, o Brasil levou dois atletas para o ciclismo estrada. Luciano Pagliarini foi um herói ao terminar uma prova de mais de 7 horas com uma pedra no rim. Murilo Fisher, em sua terceira Olimpíada, esteve entre os primeiros o tempo todo e ficou em 20º entre os quase 150 ciclistas, chegando junto com o pelotão da frente.

No mundial deste ano, entretanto, o Brasil levou apenas um homem e uma mulher. O homem foi o próprio Murilo Fisher, que não terminou a prova. A equipe brasileira tinha apenas três pessoas: além dos dois atletas, um mecânico. Ninguém para ajudar, para acompanhar reuniões, para nada. Ou seja, Murilo dormiu a 1h na véspera da prova e o resultado era óbvio: não terminar a corrida.

Por fora de tudo isso, tivemos a confusão da equipe São José. Ajudada até mesmo pela TV Globo, a equipe entrou para elite do ciclismo mundial, chegou a cogitar participar de provas no exterior para em breve disputar o Tour de France. Tudo isso foi para o espaço, a equipe praticamente acabou, com salários atrasados e processos atrás de processos. Uma pena.

A corrida começou. E não vale reclamar da falta de vagas depois. As oportunidades estão aí, são poucas e os ciclistas brasileiros tem que aproveitar.
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